Relatório do 2º Encontro
Uma boa conversa, com café, no centro de convivência do CEC, foi o ponto de partida para o segundo encontro do Ciranda Literária, realizado no dia dezoito último. Já na biblioteca, que é o local dos encontros, foi retomada a conversa sobre a dinâmica dos encontros antes de iniciarmos o bate-papo sobre o livro Cidades marinhas, solidões moradas, de Denniz Radünz.
Infelizmente o escritor teve um problema de saúde que o impossibilitou de participar da conversa. Mesmo assim, o grupo não desanimou. Ao contrário, a obra foi relida animadamente sob diversos aspectos e ângulos, mais precisamente sete pontos de vista, ora difusos, ora congruentes.
Infelizmente o escritor teve um problema de saúde que o impossibilitou de participar da conversa. Mesmo assim, o grupo não desanimou. Ao contrário, a obra foi relida animadamente sob diversos aspectos e ângulos, mais precisamente sete pontos de vista, ora difusos, ora congruentes.
O poético, a literalidade, a intertextualidade presentes na obra, além da relação do autor com a Ilha e o mar, a solidão, o saudosismo, foram abordados pelas participantes presentes. Maria, por exemplo, ressaltou logo de início, sua identificação com a forma poética de o autor se referir à Ilha, especialmente, à Lagoa. A temática da Ilha também atraiu Bernadete, que é paulista, para a leitura, que lhe pareceu uma autobiografia. Aliás, o grupo conversou muito sobre essa faceta da obra que não parece se restringir apenas às crônicas Moradas Volantes, Banho de fosso e Escrito em vermelho, como diz Dorva Rezende na apresentação. Heliete expôs que só depois que leu a sentença “Ilha das tormentas”, proferida pelo personagem taxista, na crônica Jamais a Natureza, é que se deu conta do saudosismo do narrador em relação a uma ilha idealizada, em contrapartida à crítica dele, voltada para a cidade real, invadida e transformada pela modernidade. Um saudosismo às avessas, como lhe pareceu, contrapondo o narrador/escritor ao romântico Gonçalves Dias. Tal descontentamento pareceu explícito a Lidyani desde a primeira crônica, Cidades Marinhas ou que seriam. Ela inclusive atribuiu esse mesmo “olhar” do escritor à crônica A solidão é azul exorbitante, em que o narrador expõe mais explicitamente o quanto a realidade o choca.
Consideramos a intertextualidade um dos pontos altos da obra. Muitas referências não identificamos, outras, mais evidentes, foram lembradas. O grupo leu também A arte de ser feliz, de Cecília Meireles e o poema Violões que Choram, de Cruz e Sousa. Este último na obra: Cruz e Sousa: Poesia e Imagem, organizada por Juliana Dalla, em que inclusive deciframos um dos enigmas: quem era Gavita? O “Aurélio”, trazido ao grupo pela Lidyani, ajudou-nos a descobrir o outro enigma: quem ou o que era Ondina?
De fato foi uma boa conversa, com aquele gostinho de quero mais e também com aquela sensação de crescimento do grupo. Como disse Maria: _ “Na primeira leitura, não estava entendendo as coisas que o autor colocava. Depois, lendo uma segunda vez, você já entra na linguagem dele. Fica mais acessível”.
Para encerrar as atividades do encontro, alguns livros de literatura infantil e juvenil do acervo do Clube da Leitura foram colocados à disposição do grupo para empréstimo.
Ao final, todas as participantes presentes receberam um exemplar do livro A Ponte Sumiu, doado pelo próprio autor, Carlos Stegemann.
Enquanto a chuva fria lá fora caia, nosso encontros e reencontros nos aquecia! Foi uma noite realmente de quero mais. A conversa deliciosa, as sensações de cada uma a cerca do livro do Dennis, me deixou curiosa a cerca de cada fala, das coisas que não percebi e daquelas que foram parecidas. Estar em grupo é maravilhoso, ouvir o outro, trocar opiniões. Foi uma pena que o autor não estar presente, mas acredito que não faltará oportunidade.Falar de Floripa em forma de prosa, deixa ela ainda mais cor-de-rosa. Para alguém que ama tanto a minha ilha só pode ser muito especial.
ResponderExcluirMaria da Luz